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quarta-feira, 6 de março de 2013

O difícil adeus a um grande amigo chamado Mastra

Carlos Mastrângelo 1979-2013
Carlos Mastrângelo Bezerra, conhecido na intimidade pelos muralistas do Canal Fluminense por "Mastra". Ele nasceu em Mossoró, tinha trinta e quatro anos, era casado com d. Romana e tinha dois filhos Enzo e Cauã.

Mastra era Auxiliar Administrativo da Petrobrás e fazia parte do coral da empresa, onde conheceu alguns muralistas em suas andanças com o coral e em alguns cursos. Uma vez conhecido por qualquer muralista, sempre sobrava muitos elogios ao seu grau de postura, seu jeito brincalhão e principalmente ao amor que tinha pelo tricolor.


Seu nome "Carlos Mastrângelo" foi sugerido pelo seu pai, s. Carlinhos, um tricolor fanático, que retirou de uma edição da revista placar de 1979, nome de um jogador do Boca Juniors da Argentina.


Com a esposa Romana e os filhos Cauã e Enzo
A paixão pelo Flu foi herdada do pai, e ele mesmo contava que pra assistir um jogo do Flu, distância não era problema. Bastava encontrar tempo e grana pra chegar até lá. Jogos em Fortaleza, Natal, Campina Grande, Recife, Salvador, ele sempre teve a alegria de ver o Fluzão nesses locais.

Janduca com  a filha Arienne e o Mastra. 
Foi em um desses locais que Carlos Mastrângelo conheceu o amigo Janduca, administrador e editor do Refúgio Tricolor e também muralista do Canal Fluminense. O primeiro jogo que se encontraram foi em Campina Grande/PB pela Copa do Brasil 2005 e o segundo foi pelo campeonato Brasileiro de 2009 em Recife, quando o Flu derrotou o Sport Recife por 3 a 0.

Em 2007 o Mastra foi mais além do que um apaixonado pelo Fluzão, imagina. Na companhia de mais dois amigos, o mesmo deixou Mossoró e foi ver o primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil no Maracanã, onde naquele jogo o Flu só conseguiu empatar em 1 a 1 contra o Figueirense.

Certa vez ele contou que alguns jogos jamais iria sair de sua memória. Entre eles, viu ao vivo no Machadão em Natal o Flu empatar com o ABC em 1 a 1, sendo rebaixado para a terceira divisão. Em 1995 na semifinal do brasileiro, o Flu com a vaga quase garantida contra o Santos, quando havia metido 4 a 1 no Maraca no jogo de ida, viu um tal de Alê entregar o ouro e o Flu foi desclassificado pelo peixe por 5 a 2 no jogo de volta na Vila. Em 1999 em Recife, o Flu venceu o Nautico com dois gols de Roger Flores e sagrou-se campeão da série C. Ali foi onde recomeçou a história do clube mais simpático do Brasil.

Entre as idas e vindas pelo Brasil a fora, o Mastra foi até o Rio de Janeiro e encontrou-se com figuras ilustres do Canal Fluminense como Sergio Coutinho, Vinicius Tolledo, Carlos Diniz e outros. Os elogios recebido desses grandes amigos na época do encontro não foram poucos. Mesmo aqueles que não o conheceram pessoalmente transformaram o mural do Canal Fluminense num verdadeiro templo de pedidos de orações pela sua recuperação.

Hoje o mural do Canal Fluminense está de luto. Desde ontem a noite (5), ao ser confirmada a sua partida para vida eterna que o mural não recebe uma só mensagem que não seja de conforto à família. E assim prolongou-se pelo dia inteiro de hoje.

Perdemos não só um amigo, mas, sim um pedaço da torcida tricolor. Obrigado, grande Mastra, pela sua amizade e pela lição de vida que deixou entre nós.

Saudações Tricolores